quinta-feira, 14 de maio de 2009

Picadas e Mordeduras

PICADAS E MORDEDURAS
Informação cedida por
Mariana Reis Lopes, Dra

Objectivos:
- Identificar os animais que causam mais frequentemente picadas ou mordeduras
- Conhecer medidas para evitar algumas picadas ou mordeduras
- Saber actuar perante uma picada ou mordedura

Introdução:
- Algumas picadas e mordeduras são relativamente frequentes
- As consequências dependem do tipo de animal, da gravidade da mordedura e da reacção do organismo

PICADAS
- Insectos:
Mosquitos, abelhas
- Animais terrestres:
Aranhas, carraças, escorpiões
- Animais aquáticos:
Alforrecas

MOSQUITOS

- Atacam preferencialmente as zonas descobertas do corpo
- Sugam sangue da vítima, injectando, por sua vez, uma secreção de saliva que provoca a reacção cutânea
- Alguns podem transmitir doenças

-COMO PREVENIR
. Repelentes
. Insecticidas

-O QUE FAZER
. Extrair de imediato o insecto da pele
. Limpar a picada
. (creme com anti-histamínico e corticoide)

ABELHAS E VESPAS

- Habitualmente, há reacção local com dor, edema e rubor
- Pode haver reacções de hipersensibilidade graves (anafilaxia)

- O QUE FAZER
. Retirar o ferrão raspando suavemente a superfície da pele até fazê-lo sair
(por exemplo, com um cartão)
. Não usar pinças nem puxar ou torcer para evitar que se espalhe mais veneno
. Desinfectar
. Aplicar gelo ou compressas frias no local
. (analgésico, creme com anti-histamínico e corticoide)

- QUANDO RECORRER AO SERVIÇO DE URGÊNCIA
. Picadas múltiplas (enxame)
. Pessoa alérgica
. Picadas na boca e/ou garganta (risco de asfixia)

ARANHAS
. Viúva negra
. Reclusa castanha
- Picada quase sempre imperceptível
- Eritema, equimose,bolha seguida de feridaprofunda, dor intensa
- Febre, náuseas,sensação de fraqueza, …

- O QUE FAZER
. Desinfectar
. (pomada com anti-histamínico)
. Procurar ajuda médica

CARRAÇAS

- Existem nas zonas de vegetação de baixa ou média altura (relva, ervas, arbustos)
- Mais abundantes na Primavera e Verão
- Parasitam diversos animais
Cães, Gatos, Coelhos…
- Fixam-se à pele para sugar o sangue
- Podem transmitir doenças

- COMO PREVENIR
. Usar repelente
. Manter os animais domésticos livres de parasitas
. Passeios no campo:
o Evitar áreas possivelmente infestadas de carraças
o Usar roupas de cores claras, cobrindo os braços e as pernas e enfiando as calças dentro das botas ou meias
o Inspeccionar o corpo e as roupas e retirar com cuidado e sem esmagar qualquer carraça encontrada (especial atenção à cabeça e pescoço das crianças)

- O QUE FAZER
. Humedecer a pele com álcool ou vaselina para facilitar que a carraça se despegue
. Usar uma pinça para prender a carraça o mais junto à pele possível e puxá-la para cima, perpendicularmente
. Lavar com água e sabão
. Desinfectar
. Procurar ajuda médica se aparecerem sintomas sugestivos de “febre da carraça”

ESCORPIÕES

o Não atacam deliberadamente, fazendo-o habitualmente após serem tocados
o Injectam veneno com o ferrão que têm na ponta da cauda
o Salvo raras excepções, o efeito do veneno não é fatal
o A espécie existente no nosso país (Buthus occitanus) não é muito perigosa
o Os sinais no local da picada podem ser mínimos mas a dor é muito intensa
o O membro fica edemaciado e parcialmente paralisado
o Os sintomas variam: ansiedade, arrepios, cãibras, hipotensão
o Sem acompanhamento médico, a dor manter-se-á várias horas e os outros sintomas podem durar mais de uma semana

- O QUE FAZER
. Deitar a vítima
. Lavar o local com água e sabão
. Aplicar gelo ou cloreto de etilo
. O acompanhamento médico deve fazer-se o mais brevemente possível

ALFORRECAS
o Frequentes na costa portuguesa.
o O seu veneno está contido em células urticantes que se espetam na pele.
o Apesar de muito dolorosa, a picada geralmente não é grave.
O TOCAR!!!

- O QUE FAZER
. Chamar o nadador-salvador!
. Lavar a ferida com água do mar sem tocar na área afectada
. Empapar a zona da picada com uma solução de vinagre e água durante cerca de 30 minutos
. Eliminar qualquer tentáculo que tenha ficado colado à pele com uma toalha húmida ou usando luvas
. Analgésico, anti-histamínico, corticoide
. Procurar ajuda médica se:
- a pele continuar vermelha ou dorida após o tratamento inicial
- houver sinais de reacção alérgica

MORDEDURAS

o Cães
o Gatos
o Cobras
o Humanos

CÃES E GATOS

- PERIGO: Raiva (sobretudo nos cães)
. Vírus presente em altas concentrações na saliva do animal infectado
. Manifestações:
- alterações do comportamento
- paralisia
- morte
- Infecção da ferida
- Feridas desfigurantes

- O QUE FAZER
. Lavar com água e sabão
. Desinfectar
. Procurar ajuda médica
. Se houver arrancamento de pele, recorrer rapidamente ao médico sem tapar a ferida
Verificar vacina anti-tetânica da vítima
Verificar vacinação anti-raiva do cão
Quarentena?

COBRA

o Em Portugal:
. cobra-rateira (Malpolon monspessulanus)
. víbora-cornuda (Vipera latasti)
. víbora de seoane (Vipera seoanei)

. Mordedura: dois orifícios separados por 6 a 8 mm
. Ao fim de 10 a 15 minutos: edema com mais ou menos dor
. Passadas horas: sudação, vómitos, dores de cabeça, falta de ar, …

- O QUE FAZER
. Lavar com água e sabão
. Desinfectar
. Procurar ajuda médica
. Verificar vacina anti-tetânica

- NUNCA:
. Fazer incisões na ferida
. Tentar aspirar o veneno
. Aplicar qualquer outra substância que não o desinfectante
. Colocar um torniquete


MORDEDURA HUMANA
o Tão ou mais perigosas do que as mordeduras dos animais pelo risco de infecção: a boca humana contém mais bactérias que a de qualquer animal!!!

- O QUE FAZER
o Parar a hemorragia aplicando pressão sobre a mordedura
o Lavar a ferida suavemente com água e sabão
o Aplicar uma ligadura ou gaze esterilizada
o Consultar um médico imediatamente
o Verificar a vacina anti-tetânica


Conclusões:
- Algumas picadas e mordeduras podem ser prevenidas por medidas simples;
- A gravidade da situação depende do tipo de animal causador, da própria mordedura e da pessoa atingida;
- Desde situações banais até transmissão de doenças, infecção da ferida, reacções alérgicas graves, feridas desfigurantes, …
- Algumas situações podem ser facilmente orientadas pelo próprio ou por uma acompanhante, enquanto outras obrigam a observação médica imediata ou perante sintomas.

quinta-feira, 7 de maio de 2009

Convulsões


Convulsões
— Distúrbio que ocorre no cérebro, podendo ocasionar contrações involuntárias da musculatura, provocando movimentos desordenados e em geral, perda da consciência.
Causas
— Acidentes com traumatismo de crânio
— Epilepsia
— Febre alta (convulsões febris)
— Alcoolismo, drogas, determinados medicamentos
— Tumores cerebrais, lesões neurológicas
— Choque eléctrico
— Outras causas

Sinais e/ou sintomas
— Perda súbita de consciência
— Movimentos bruscos e incontrolados
— Olhar vago, fixo, “revirar dos olhos”
— Respiração ruidosa, face cianosada (arroxeada)
— Perda de controlo de urina e fezes
— Morder a língua ou lábios
— Duração de poucos segundos a muitos minutos

Como proceder
— Anotar a duração da crise
— Avisar os familiares
— Quando as convulsões pararem:
— Deitar a vítima em posição lateral de segurança, de modo a impedir o engasgamento ou aspiração de vómito
— Manter acompanhamento até a recuperação completa, num ambiente tranquilo
— Encaminhar Hospital especialmente:
— Primeira convulsão
— Duração > 8 a 10 minutos
— Se repetir crise ou ferimentos

Posição lateral de segurança (PLS)
— Colocar em PLS se:
— Vítima inconsciente, a respirar e com bom pulso
— Melhor ventilação, libertando as vias aéreas superiores

— Não deve ser realizada quando a pessoa:
— Não estiver a respirar
— Tiver uma lesão na cabeça, pescoço ou coluna
— A PLS permite:
— Evitar que a língua da vítima bloqueie os canais respiratórios;
— Forçar que fluidos como sangue ou vómito sejam drenados da boca da vítima;
— Manter a vítima numa posição segura, caso, por algum motivo, tenha de ser deixada sozinha.


Como colocar em PLS
— Ajoelhe-se ao lado da vítima, remova do local objectos (por ex. óculos)
— Vire a cabeça da vítima para si e incline-a para trás, de forma a desimpedir-lhe as vias respiratórias
— Ao longo do corpo da vítima, estenda o braço que ficar mais perto de si e cruze o outro braço sobre o peito. Cruze a perna mais afastada da vítima sobre a que lhe está mais próxima
— Segure a cabeça da vítima com uma das mãos e com a outra agarre-a pela anca mais afastada.
— Vire a vitima de bruços, puxando-a rapidamente para si e segurando-a com os joelhos;
— Puxe a testa da vítima para trás, de modo a que a garganta fique direita. Assim, as vias respiratórias continuarão livres.
— Dobre o braço que fica mais próximo de si para lhe amparar o tronco. Dobre a perna mais próxima para servir de apoio ao abdómen. Retire o outro braço de debaixo do corpo.
— Por precaução, verifique a respiração da vítima e, até a ajuda chegar, controle regularmente o seu estado.

Informação cedida por
Marta Lamas, Dra